quarta-feira
29 de janeiro
1986

 

O Globo
USA Today
Miami Herald

No dia 28 de janeiro de 1986 no Cabo Canaveral, no estado da Flórida (EUA), o ônibus espacial Challenger, da NASA, se preparava para decolar em direção ao espaço. Milhares de pessoas assistiam à subida da nave, que, no entanto, durou apenas 73 segundos. Com esse tempo de voo, uma explosão e muita fumaça foram vistas no céu. As pessoas presentes demoraram um pouco para entender o que tinha acabado de acontecer: a Challenger explodiu sem deixar sobreviventes.

No acidente morreram os sete tripulantes, entre eles uma civil: a professora Christa Sharon Mcauliffe, de 37 anos. Ela foi escolhida entre 11 mil candidatos para participar da viagem espacial, na qual daria aulas diretamente do espaço. Seus parentes, filhos e marido estavam presentes na terça-feira do dia 28 e assistiram à partida da nave e, consequentemente, ao acidente. A morte da professora causou uma grande comoção, pois ela era uma cidadã comum que morava no interior com a família e que, como muitas outras pessoas, tinha curiosidade de conhecer o que há além do planeta.

A causa do acidente demorou a ser divulgada. O presidente dos Estados Unidos na época, Ronald Reegan, se pronunciou após o ocorrido afirmando que nao haveria mais voos espaciais tripulados até que a investigação fosse encerrada. Após quatro meses, concluiu-se que um dos anéis de vedação da nave estava com problemas, deixando escapar combustível e, assim, causando a explosão. No dia do acidente, o ônibus espacial chegou a atrasar a partida por problemas técnicos e pelo frio intenso que fazia na Flórida (janeiro é mês de inverno no hemisfério norte).

O jornal carioca Tribuna da Imprensa dedicou toda a primeira página para o acontecido, utilizou imagens menores na parte superior, que descreviam o passo a passo dos tripulantes,acompanhadas de uma contagem regressiva. E logo embaixo, uma imagem maior da explosão com a manchete “E aconteceu, afinal”. A escolha do jornal pelo uso de muitas imagens e poucos textos deixa à mostra que muitas vezes as imagens corretas e sua boa disposição sobre a página, informam e impactam tanto quanto, ou até mais, que uma primeira página predominante textual.

Já n’O Globo, a notícia apareceu na metade da primeira página, com a manchete “Explode o Challenger ” e duas fotos. A maior era a da explosão do ônibus espacial e, ao lado, uma imagem menor mostrava a reação da irmã e dos pais da civil, que também foi citada no texto com o subtítulo “O fim do sonho da professora Christa”. O jornal começou a chamada com o último diálogo entre a Centro de Controle da NASA com a nave. Na notícia também foram citadas as condolências dadas pelo então presidente brasileiro, José Sarney.

O Estado de S.Paulo dedicou apenas a parte superior para a notícia e com as mesmas fotos utilizadas pelo O Globo. Em sua manchete a frase ” A explosão da Nave. Todos Mortos” já afirmava e intensificava a grande tragédia que teria acontecido. Também contou com o subtítulo “Lágrimas aos novos heróis” onde foi falado sobre a continuação do programa espacial da Nasa,e as homenagens dadas aos tripulantes mortos.

Outros jornais, como Jornal do Brasil e o Jornal do Commercio, ambos do Rio, usaram as imagens no meio da primeira página,com uma quebra entre as colunas. Já a Folha de São Paulo ocupou metade da primeira página com imagens e a manchete “Nave espacial explode no ar”. Alguns jornais citados se diferenciaram um pouco, mas em relação ao conteúdo da notícia todos foram muito semelhantes ao incluir a reação do presidente norte-americano e citar a professora Christa e sua importância como a primeira civil escalada para participar de uma viagem espacial.

No ano de 2020, a série Challenger: Vôo Final estreou na plataforma de streaming Netflix para encenar o que aconteceu nos preparativos do voo, no dia da decolagem e as investigações sobre a causa do acidente. A obra traz de volta muitas perguntas que abalaram a veracidade e a confiança da nação americana sobre a agência espacial NASA. Dois anos depois, mergulhadores encontraram uma parte da Challenger próximo a costa da Flórida. É considerado um dos maiores pedaços da nave já encontrado até agora.

Créditos:

Texto: Ana Lívia Costa Mendes

Edição: Pedro Aguiar

Fontes:

Memória Globo. Explosão da Challenger. Memória Globo,2021 Disponível em : https://memoriaglobo.globo.com/jornalismo/coberturas/explosao-da-challenger/noticia/explosao-da-challenger.ghtml . Acesso em: 23 de janeiro de 2023.

CAVALCANTE, Daniele. Conheça a história da tragédia do Challenger, que virou série da Netflix . Canaltech,2020 . Disponível em : https://canaltech.com.br/amp/espaco/conheca-a-historia-da-tragedia-do-challenger-que-virou-serie-da-netflix-171488/ . Acesso em :23 de janeiro de 2023.

GUSMÃO, V. Isabela. Pedaço de ônibus espacial Challenger é encontrado no fundo do oceano. Olhar Digital, 2022. Disponível em: https://www.google.com/amp/s/olhardigital.com.br/2022/11/11/ciencia-e-espaco/pedaco-do-onibus-espacial-challenger-e-encontrado-no-fundo-do-oceano/amp/ . Acesso em: 23 de janeiro de 2023.

Veja também:

2003: Explosão do ônibus espacial Columbia

1957: Lançamento do satélite artificial Sputnik I

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